Servidores pedem ajuda a deputados para evitar a privatização dos Correios
27/09/2019 11h07Fonte Alepi
A proposta de privatização da Empresa Brasileira de Correios e Telegrafos foi debatida ontem (26), em audiência pública na Comissão de Administração Pública e Política Social, acatando requerimento do deputado Francisco Limma (PT), líder do Governo. Os representantes do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios no Piauí pediram o apoio dos parlamentares estaduais para que a empresa não seja privatizada.A audiência pública, que foi presidida pelo deputado Evaldo Gomes (Solidariedade), na sala da Comissão de Constituição e Justiça, contou com a presença, dentre outros, do diretor nacional da Adcap (Associação dos Profissionais dos Correios), Luiz Alberto Menezes, do diretor de assuntos jurídicos do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, José Rodrigues, e diretor da Associação dos Aposentados dos Correios, Antônio Reis.
Ao falar no início da audiência pública, o deputado Francisco Limma disse que a reunião era importante porque a Assembleia Legislativa precisa participar dos debates sobre a privatização dos Correios, que, segundo ele, presta relevantes serviços à população piauiense, contando com 197 agências e 1.406 funcionários no estado.
Imagem: Alepi
O diretor da Adcap, Luiz Alberto Menezes, disse que os Correios garantem o funcionamento do comércio eletrônico no Brasil, pois são responsáveis pelo transporte de 90% dos produtos adquiridos pelos consumidores via internet. “A Empresa dos Correios e Telegrafos tem balanço financeiro positivo”, garante Luiz Menezes, assinalando que somente oito países do mundo contam com serviços privados de correspondência.
Em seguida, o diretor de Assuntos Jurídicos do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, José Rodrigues, assegurou que não procede a informação de que funcionários da empresa ganham salários de marajás, pois 80% deles têm remuneração que oscila entre R$ 1,7 mil e R$ 2,5 mil. José Rodrigues assinalou que o número de funcionários dos Correios vem diminuindo, tendo sido reduzido de 127 mil para 99 mil nos últimos anos.
Bancada federal será cobrada para evitar a privatização dos Correios
Ao final da audiência pública, o superintendente de Relações Sociais do Estado, ex-deputado João de Deus, sugeriu uma ação da ALEPI junto a bancada federal para tentar barrar a privatização. A proposta tambvém foi defendida pelo deputado Francisco Limma.
“Aqui na Assembleia Legislativa eu vou apresentar um requerimento destinado ao Ministério da Economia, a Secretaria Especial de Desestatização, ao gabinete da chefia da Casa Civil, ao Senado Federal e Câmara dos Deputados, a bancada federal do Piauí no Congresso, manifestando a posição desta Casa contrária a a privatização dos Correios. Vamos usar todas as informações e dados apresentados aqui pelas categorias também para embasar esse documento”, adiantou o deputado Francisco Limma, líder do Governo na Alepi.
“O governador Wellington Dias também já se manifestou contrário a essa ação do governo federal e nós podemos sugerir a ele que seja feita uma carta assinada pelos governadores do Nordeste se posicionando contra a privatização. No mais, temos que todos conversar exaustivamente com os deputados federais e senadores do Piauí para que isso não seja aprovado, nem na Câmara nem no Senado Federal”, defendeu o superintendente.
Edilson Soares, presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Piauí, repudiou o governado federal pela tentativa de privatização e denunciou que “mentiras” estãos endo espalhadas para embasar a privatização. “O mundo inteiro vive o movimento de reestatização de suas empresas e o Brasil caminha no rumo contrário. Com a privatização dos Correios, somente o povo vai perder. No Piauí, serão 1400 trabalhadores demitidos”, advertiu, lembrando todas as privatizações que aconteceram no país e as reclamações sobre os serviços prestados depois dessas privatizações .
O presidente da Associação de Moradores do Monte Castelo, Paulo Parada, também alertou que a população vai perder muito com a privatização. “Vamos perder um ótimo serviço prestado à nação, que será substituído pelo desemprego, fechamento de agências em todo o país e o aumento das tarifas postais”, previu.
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