Wellington Dias constrói ponte até onde não existe rio

01/07/2010 14h39


Fonte 180Graus

Charles Chaplin, conhecido como escritor e cineasta entre os mais famosos de todos os tempos da história humana, foi também um grande polemista na imprensa norte-americana. Ele escreveu preciosidades como: "Na condição de palhaço me sinto muito superior a qualquer político."

Ou então: "Os políticos não têm alma, eles prometem construir pontes até onde não existem rios." Claro que a afirmação de Chaplin é apenas retórica, porque até onde saibamos não existiam, à época, registros de políticos que haviam contruído pontes onde não há rios. No Piauí, a história muda de figura.

No ano passado o então governador Wellington Dias determinou a construção de uma ponte na entrada da cidade de Cocal (268km ao norte de Teresina) com 20 metros de extensão e custo estimado em R$ 1 milhão. Detalhe: o local onde a ponte está sendo construído (sim, também está inacabada até os dias atuais), não tem rio nenhum.

Por lá, bem na entrada da cidade, passa apenas um córrego que acumula água em determinados períodos do ano. Não se trata, pois, de um "córrego perene". Havia, no local, um sistema antigo de galeria, construído nos tempos remotos dos anos 30. O sistema rompeu com as fortes chuvas registradas ano passado.

Houve, em seguida, a tragédia de Algodões I. O rompimento da barragem provocou a morte de nove pessoas. Há muitos desaparecidos até hoje. Dezenas de pequenas vilas e povoados foram arrastados impiedosamente pelas águas que chegaram a uma altura de mais de 30 metros em determinados pontos, segundo relatos de vítimas.

As prioridades eram muitas. Dias cuidou em estabelecer as suas próprias. Ele imaginava, e ainda imagina, que o poder eterniza as pessoas. Está enganado. Traz apenas a ilusão da eternidade. Ou, como também dizia Chaplin: "Não é o tempo que passa. É o poder que acaba."

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