Wellington diz que crise no PI pode levar até a demissão de concursados

01/12/2014 12h44


Fonte G1 PI

O governador eleito do Piauí, Wellington Dias (PT) falou ao G1 na manhã desta segunda-feira (1º) sobre a atual situação financeira do estado. Segundo o petista, uma das principais prioridades do novo governo será garantir que o estado não perca a capacidade de ter convênios e de receber recursos do Governo Federal. Wellington classificou a atual situação como uma “irresponsabilidade fiscal” e destacou que cortes serão feitos para diminuir gastos, até mesmo demissão de concursados.

Imagem: Gustavo Almeida/G1Governador eleito demonstrou preocupação com a crise financeira no estado.(Imagem:Gustavo Almeida/G1)Governador eleito demonstrou preocupação com a crise financeira no estado.

“Haverá corte onde for necessário e onde for possível o corte”, falou o futuro governador. De acordo com ele, a situação atual do estado ameaça até mesmo servidores concursados. “A Lei de Responsabilidade Fiscal e a Constituição do país asseguram que, em casos em que o estado comete uma irresponsabilidade fiscal, ou seja, onde a folha de pagamento ultrapassa o limite de 46%, que possam ser demitidos até concursados, só para a gente compreender a gravidade”, disse o futuro governador, destacando que mesmo diante da possibilidade sua intenção é respeitar os concursos públicos.

No entanto, Wellington assegurou que irá reduzir a quantidade e o valor pago a servidores comissionados e temporários e disse que muitos contratos não serão renovados. Em relação às finanças, o futuro governador destacou que é preciso trazer as despesas para o percentual que a receita do estado suporta. “Vamos garantir com isso que a gente tenha o dinheiro necessário para a segurança funcionar, para ter combustível para as viaturas e na saúde ter os insumos necessários”, explicou.

Wellington Dias lembrou que ao mesmo tempo em que hospitais públicos enfrentam um caos no Piauí, a Secretaria de Saúde do Estado fez a aplicação de R$ 6,5 milhões para pagar desratização, dedetização e poda de árvores. “Quem governa tem que governar com planejamento e escolher o que é prioridade. Nós vamos ter uma ordem de prioridades e a prioridade número um é a vida”, disse.

Sobre as categorias que cobram o cumprimento de reajustes já previstos nor orçamento do estado, o futuro governador falou que fará o possível para honrá-los dentro da legalidade. “Em relação aos compromissos que o estado não saldou nós vamos honrar, naquilo que for legal, pois eu quero fazer uma auditoria em cada contrato, e o que for legal vai ser pago e o que for ilegal vai ser cancelado”, informou.

Wellington contestou a versão do atual secretário de administração João Henrique Sousa, de que a crise é devido o corte de 85% da receita esperada do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Segundo ele, o Piauí não é o único estado brasileiro que depende do fundo. “Nós temos pelo menos 19 estados semelhantes ao Piauí, que dependem do FPE. Por que nesses estados os salários não estão atrasados? Por que só o Piauí? Não adianta querer tapar o sol com a peneira. O fato concreto é que 'desmantelaram' a máquina pública”, disse o governador eleito.

O futuro governador mencionou que a crise já vem da gestão do ex-governador Wilson Martins (PSB). “A folha de pagamento já estava fora dos limites em 2013. Então isso não é de agora, ela veio se agravando. O que me espanta é que medidas que são necessárias não foram tomadas, inclusive pelo Judiciário, pelo Ministério Público, pelo TCE e foram deixando o estado chegar nessa situação”, falou. Wellington encerrou dizendo que vai tomar medidas duras e corajosas e espera ter o apoio da maioria da população para regularizar a situação do estado.

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