Bebê morre por falta de UTI Neonatal em duas maternidades de Teresina
13/07/2013 13h04Fonte G1 PI
O jardineiro Sildane da Silva, 29 anos, denuncia que sua filha nasceu praticamente morta por conta da falta vagas na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal de duas maternidades de Teresina. O bebê morreu neste sábado (13), horas depois da realização do parto. Ele conta que sua esposa, Leonice Samia Nascimento, 24 anos, estava internada em uma clinica particular desde de terça-feira (9), quando apresentou sangramento e perda de liquido.“A gravidez dela era de risco porque teve pressão alta e dois sangramentos durante a gestação. Na terça-feira, ela chegou à unidade de saúde da rede privada com estes sintomas, recebeu cuidados médicos e permaneceu internada. Já na noite de sexta-feira (12), o médico de plantão disse que não havia vaga na UTI Neonatal e por isso ele não se responsabilizaria pelo que ocorresse após o parto pois o nascimento seria prematuro”, explica o pai do bebê.
Imagem: Gilcilene Araújo/G1Sildane da Silva com a irmã mostra parte do enxoval do bebê.
Segundo Sildane da Silva, após o relato do médico, ele conversou com a direção do hospital que entrou em contato com a Maternidade Dona Evangelina Rosa solicitando uma vaga na UTI. O pai afirma que a vaga estaria reservada quando Leonice Samia foi transferida.
Abalado ele conta como tudo aconteceu. “A transferência ocorreu logo em seguida, mas o parto demorou muito para acontecer. Minha filha nasceu de um parto normal que foi realizado somente 5h desde sábado. E mesmo após tantas angústias, nos informaram que aqui na Maternidade Dona Evangelina Rosa também não tinha vaga na UTI. Minha filha ficou no balão de oxigênio, mas não resistiu e morreu”, conta Sildane da Silva.
O pai acrescenta que vai processar a clínica particular por negligência médica. “Se o atendimento médico tivesse sido rápido, se tivesse encontrado uma vaga na UTI Neonatal mais instantâneo, minha filha poderia está viva. Nada vai trazer ela novamente, mas o que eu puder fazer para responsabilizar os culpados por sua morte eu vou fazer”, finaliza.
Sildane da Silva e Leonice Samia Nascimento estão casados há aproximadamente dois anos. Este seria o primeiro filho do casal.
A assessoria de imprensa da clínica particular informou que não houve negligência no atendimento à paciente. “ Leonice Samia Nascimento foi prontamente atendida por um obstetra. Ela teria sido transferida para a Maternidade Evangelina Rosa, porque todos os dez leitos de UTI Neonatal da clinica estavam ocupados. A maternidade por sua vez, teria informado que haveria vaga e assim, a transferência foi realizada”, diz.
Já assessoria da maternidade Dona Evangelina Rosa afirmou que os prontuários da mãe do bebê estão sendo analisado e em breve uma nota será enviada para a imprensa.