Centenas de crianças esperam por cirurgias no Hospital LucÃdio Portela
28/11/2014 08h48Fonte G1 PI
Imagem: G1 PIClique para ampliarMais de 300 crianças esperam na fila por uma cirurgia no hospital infantil.
Centenas de crianças estão na fila de espera por cirurgias no Hospital Infantil Lucídio Portela em Teresina. As cirurgias só podem ser feitas por um médico pediatra e especialista, mas há três meses os procedimentos foram suspensos no hospital. O Estado tem apenas 13 cirurgiões pediátricos e nove deles trabalham no hospital infantil. Um número que a Associação Piauiense de Medicina considera insuficiente.
Há seis dias o filho de dona Deusilene da Silva aguarda atendimento no hospital infantil. Marcelo só pode sair do hospital depois de uma cirurgia para corrigir a fratura do braço que está quebrado. “Eles disseram que era para a gente aguardar que o médico ia operar, estamos esperando, não sei o que é que vai resolver”, disse a dona de casa.
Este não é um caso isolado, mais de 300 crianças esperam na fila por uma cirurgia que só pode ser feita por um médico pediatra e especialista nestes casos. O problema é que há três meses o procedimento foi suspenso no hospital infantil. Segundo os profissionais o corte de gratificações motivou a interrupção do serviço. De acordo com a Associação Piauiense de Medicina, o número de profissionais disponíveis no estado é pequeno e prejudica quem precisa do atendimento.
“Nós não atendemos só o Piauí, temos o Maranhão e também o Pará. Então, em relação a cirurgia pediátrica, não tenha dúvida, nós precisamos urgente de mais cirurgiões pediátricos. Uma ação que seria muito boa era uma residência de cirurgia pediátrica que já tem no hospital infantil e vai proporcionar ao estado mais dois cirurgiões pediátricos a cada ano”, falou Elisiário Cardoso, presidente da Associação Piauiense de Medicina.
Apesar do incentivo a longa formação para atuar como cirurgião pediátrico afasta alguns profissionais da carreira. Isso sem falar nas oportunidades para residência nessa área, o Hospital infantil oferece apenas duas vagas por ano e considera a quantidade adequada. “Nós teríamos capacidade para ensinar e treinar quatro profissionais por ano, mas a residência dura três anos, então abrindo duas vagas por ano no final de três anos vamos ter seis residentes e a partir dai estabilizaria”, explicou Adriano Reis, vice coordenador de Residência Médica.
Sem atendimento as filas nos corredores do hospital se multiplicam para desespero dos pais que não aguentam ver o desespero dos filhos.
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