Céu acinzentado em Teresina é causado por fumaça vinda de queimadas na Amazônia e Pantanal

25/08/2024 11h44

Fonte g1 PI

O céu acinzentado de Teresina tem chamado a atenção e sugerido a possibilidade de chuva em uma época incomum. No entanto, a tonalidade do céu é causada pela fumaça vinda de queimadas e incêndios florestais em várias regiões do país, apontam especialistas.

Segundo a climatologista Sara Cardoso, coordenadora da Sala de Monitoramento e Prevenção de Eventos Climáticos Extremos da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semarh-PI), a fumaça tem origem no fogo em biomas como a Amazônia e o Pantanal.

“Além da seca que castiga estes biomas e diminui a umidade e ocorrência de chuvas, as queimadas e os incêndios produzem fumaça, cujas micropartículas se acumulam até 15 km dentro da troposfera e se dispersam, de maneira lenta, por todo o território brasileiro”, afirma a climatologista.

A coordenadora da Semarh explica que a fumaça tem adentrado outros estados, por meio do vento, como Piauí e Ceará. Em Teresina, há o agravante da proximidade do B-R-O Bró, período de altas temperaturas, calor intenso e baixa umidade do ar que facilita a propagação das micropartículas.

A previsão da secretaria é de que o quadro piore nos próximos dias, inclusive no mês de setembro, quando as temperaturas devem subir. Nos últimos dez anos, lembra a climatologista, as queimadas e os incêndios florestais se intensificaram nos meses finais do ano.


Cuidados com a saúde

O tempo seco e a fumaça na atmosfera podem desenvolver problemas de saúde. De acordo com o médico otorrinolaringologista Erick Barros, crianças, idosos e pessoas com asma, rinite e outras condições alérgicas são mais suscetíveis.

“Se o ar estiver seco, vai promover o ressecamento de toda a via aérea – nariz, garganta, faringe, traqueia e pulmões – e causar sintomas e processos inflamatórios”, alerta o médico.
Algumas precauções que podem ser adotadas para evitar doenças respiratórias incluem recorrer ao ar-condicionado ou ventilador, desde que não sejam posicionados próximos às vias aéreas; e utilizar o umidificador de ar.

Na ausência dos aparelhos, alternativas populares como colocar um balde com água ou uma toalha molhada nos cômodos mais quentes das residências também são recomendadas.