CRM-PI denuncia que metade das ambulâncias do Samu Teresina não estão funcionando
14/10/2022 14h11Fonte G1 PI
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Após fiscalização realizada na quinta-feira (13), o Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) divulgou que apenas metade da frota de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) está funcionando atualmente. A direção do Samu informou apenas que não foi notificada acerca da fiscalização do Conselho.
De acordo com o médico Juarez Holanda, fiscal do CRM, o órgão já estava recebendo denúncias a respeito da falta de transporte de pacientes na capital.
“Teve um agravamento na última semana, a gente recebeu denúncias, inclusive, de oito unidades básicas apenas duas estão funcionando. Das três unidades avançadas, apenas uma (funcionando). De forma que as equipes ficavam se revezando entre as unidades. Nosso presidente tomou ciência e solicitou que a gente fosse fazer a fiscalização, ela foi realizada ontem no início da tarde”, disse o médico.
O médico informou ainda que das 4 motos usadas para o serviço de motolância, apenas duas estão funcionando no momento, e que duas ambulâncias foram encontradas paradas no pátio do Samu desmontadas.
“A própria equipe falou que vem faltando viaturas com frequência e chegaram a comentar que eu tive sorte de no momento da fiscalização ter apenas quatro quebradas, porque disse que normalmente vem quebrando muito mais”, informou Juarez.
Tempo de espera
O médico falou sobre o aumento no tempo de espera que a população da capital vem percebendo para o atendimento realizado pelo Samu, e que a própria equipe informa para as famílias sobre a situação da falta de ambulâncias.
"Inclusive, eles estão tomando o cuidado de informar à população da situação da falta de ambulância. Que tá com um número reduzido de ambulância funcionando, já para avisar do tempo de atendimento provavelmente vai ser um pouco maior. Para que se a família tiver algum meio de transporte em que o paciente possa ser removido, para família já remover", relatou o médico.
Ambulâncias sem ar-condicionado
O médico falou ainda sobre as ambulâncias sem ar-condicionado que são usadas para remoção de pacientes, e que a equipe enfrenta dificuldades principalmente no segundo semestre, em que Teresina apresenta temperaturas mais elevadas e a farda usada pelos profissionais é personalizada com um tecido mais grosso e especial.
“Foi dito que as ambulâncias são liberadas para circular mesmo sem o ar condicionado devido à falta de outras ambulâncias, o que é complicado tanto para equipe que roda nessa situação, com aquela ambulância fechada com um ambiente quente, quanto pros próprios pacientes. O próprio paciente acaba sofrendo um pouco mais com essa situação", reclamou o médico.
Fiscalizações na estrutura
Além das ambulâncias, Juarez informou que foi fiscalizada a central de regulação, e apesar das boas condições encontradas na estrutura física do local, o médico informou que problemas foram relatados pelos profissionais.
Entre os relatos, os profissionais contaram que devido à pouca quantidade de ambulâncias, as equipes acabam ficando concentradas apenas na base, o que impede que todos tenham espaço para descanso nos plantões.
O médico contou que após a fiscalização, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) e o Samu já foram informados sobre o problema por meio de um relatório, e que a partir de agora, aguardam a resposta. Ainda de acordo com o médico, o Ministério Público também foi informado.
A direção do Samu informou apenas, à TV Clube, que não foi notificada acerca da fiscalização do Conselho. O g1 entrou em contato, mas ainda não obteve resposta da FMS.
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