Família de Ruan entra com recurso solicitando adiamento da exumação

19/02/2015 10h49

Fonte G1 PI

Familiares do estudante Ruan Pedreira, vítima de bala perdida durante a Copa do Mundo, no dia 28 de junho do ano passado, foram nesta quinta-feira (19) solicitar a prorrogação da exumação do corpo do jovem ao delegado do 4º DP, Danúbio Dias. O procedimento estava marcado para acontecer ainda hoje, mas os parentes consideram desnecessária a exumação. Apesar da revolta da família, a polícia defende a ação justificando que somente após o processo o caso será elucidado.

O advogado da família de Ruan Pedreira, Sávio Oliveira, afirmou que entrou com recurso pedindo a revogação da decisão judicial solicitada pelo antigo delegado que investigava o caso, José de Anchieta.

Imagem: Catarina Costa/G1Clique para ampliarAdvogado comenta sobre o recurso para adiar o procedimento.

“O perito que acompanhou o caso sugeriu a exumação porque segundo ele, ainda existem fragmentos da bala no corpo do jovem que podem ajudar a definir o calibre da arma usada no homicídio. Contudo, contestamos este posicionamento, pois para nós não há provas no corpo do jovem que possam elucidar o caso. O inquérito está inconclusivo, a família não deseja que a exumação seja realizada”, contou o advogado.

Já o delegado explicou aos familiares que não tem poder para reverter uma ordem judicial. E não quis falar com a imprensa sobre o pedido. Conforme Sávio Oliveira, Danúbio Dias ressaltou que poderá apenas adiar a exumação.

“Ele disse que possui autonomia apenas para protelar o caso. Se esta é a única forma de confortar a família, vamos tentar adiar esta exumação o máximo que pudermos”, destacou.

Para Jaqueline Nobre, prima de Ruan, a exumação só trará sofrimento aos familiares do jovem. “Não queremos que o procedimento seja feito, pois não trará o Ruan de volta. Ele foi uma pessoa boa e só queremos ter lembranças dele desta forma. Inclusive, amigos da universidade onde ele estudava juntamente com a família estão preparando uma homenagem durante a formatura da turma. Os pais de Ruan nunca se recuperaram, a mãe vive à base de medicamentos e o pai está sem condições de trabalhar”, lamentou a prima.

Ao ser questionada sobre a investigação, Jaqueline Nobre disse não acreditar na justiça. “O suspeito está foragido. O sentimento da família é de se agarrar a Deus porque a justiça dele é maior. Não contamos mais com a justiça dos homens, não estamos mais procurando prender ninguém, mas se confortar. E se a exumação acontecer de fato, vamos procurar acompanhamento psicológico aos pais do Ruan”, finalizou.

Imagem: Reprodução/FacebookClique para ampliarRuan foi baleado na cabeça durante comemorações após jogo da Copa.

Entenda o caso
O estudante Ruan Pedreira foi atingido por uma bala perdida, na cabeça, quando participava com os amigos das comemorações pela vitória do Brasil contra o Chile no jogo das oitavas de final da Copa do Mundo. O fato aconteceu no dia 28 de junho às 22h próximo a um bar na Avenida Maranhão.

Ele e mais três amigos participavam de uma festa conhecida por ser ponto de encontro de carros com paredões de som, quando presenciaram o início de uma briga entre alguns participantes. Os jovens ainda tentaram sair do local para se proteger dos disparos, mas Ruan acabou sendo atingido.

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