Fotos mostram destruição após rebelião na Casa de Custódia
16/12/2015 07h40Fonte G1 PI
Imagem: Divulgação/Sinpoljuspicarceragens da Casa de Custódia quebradas.
Grades arrancadas, celas, guaritas e pavilhões depredados, colchões e lençóis queimados. Este é o cenário encontrado na Casa de Custódia de Teresina após rebelião ocorrida nessa segunda-feira (15). Advogado membro da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados Seccional Piauí (OAB-PI), afirma que a direção da unidade tentou.
Os registros, divulgados pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), revelam situação crítica da unidade. As fotos foram feitas momentos após os agentes penitenciários retomarem o controle da unidade, após dez horas do início da rebelião.
A direção da Casa de Custódia tenta manter a situação sob controle para evitar que qualquer novo motim aconteça.
Humberto Carvalho, membro da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados Seccional Piauí (OAB-PI), relatou ao G1 que a direção da Casa de Custódia tentou "maquiar" a gravidade da rebelião.
“Quando entramos o local já estava maquiado, ou seja, tudo modificado para nos enganar. Os detentos estavam limpando tudo, mas podemos observar um verdadeiro cenário de guerra. Constatamos uma grande destruição. Grades que separam pavilhões foram derrubadas, cadeados quebrados, fogo em colchões e vasos sanitários arrancados”, relatou.
O advogado cobra medidas severas por parte da Secretaria de Estado de Justiça do Piauí (Sejus) e afirma que até o momento a OAB Piauí não foi procurada. Para Humberto Carvalho não há dúvidas: a rebelião foi provocada pela precariedade no sistema prisional do Piauí.
“Essa situação ocorre porque o sistema prisional é falho. Presos convivendo com ratos e o ambiente é precário. Além dos problemas físicos, existe também a superlotação e a alimentação de péssima qualidade. Com a greve dos agentes penitenciários a situação se agravou, já que visitantes estavam barrados para falar com os parentes presos”, acrescentou o advogado membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB Piauí.
Adoção de medidas
Para acomodar os presos que eram do pavilhão H, que foi completamente destruído, a direção da unidade prisional, realocou os detentos para o pavilhão G, onde eram realizadas as visitas íntimas.
Com isso, a superlotação na Casa de Custódia se agrava. A capacidade da penitenciária seria para 330 presos. Atualmente, 873 internos estão acomodados na unidade.
Em contrapartida, o subsecretário de Justiça do Piauí, Carlos Edilson Sousa, anunciou nesta terça-feira (15) tomar novas providências para evitar novos tumultos nas unidades prisionais do estado. Uma das medidas será agilizar as audiências de custódia.
"Fizemos a contenção dos presos e hoje a situação encontra-se pacificada. Ainda nesta terça-feira vamos tomar algumas providências, como reforçar a vistoria, vigilância do local e restaurar as grades quebradas para evitar que novas rebeliões voltem a acontecer", declarou.
Rebeliões
A rebelião na Casa de Custódia começou na madrugada de segunda-feira (14) e teve a participação de mais de 800 detentos.resos do pavilhão H chegaram a quebrar a grade que dá acesso às dependências da unidade prisional e a atear fogo em colchões. Houve um príncipio de incêndio. Segundo a direção da unidade, a rebelião de quase 10 horas atingiu todo o presídio e um detento ficou ferido.
A outra rebelião foi registrada na Penitenciária Irmão Guido, onde um preso foi assassinado de forma brutal na tarde de domingo (13).