Greve dos fiscais sanitários afeta distribuição de carne em Teresina

07/05/2015 15h12


Fonte G1 PI

Quem procurou carne bovina nos açougues e frigoríficos de Teresina nesta quinta-feira (7), se depararou com as prateleiras vazias ou com pouca de variedade. Com a greve dos fiscais sanitários, - que já dura uma semana - as inspeções nos matadouros da capital foram suspensas e o abate de animais está proibido.

Imagem: Catarina Costa/G1Greve atinge frigoríficos e carne bovina começa a faltar em Teresina.(Imagem:Catarina Costa/G1)Greve atinge frigoríficos e carne bovina começa a faltar em Teresina.

Crisantina Lima Barbosa há 15 anos tem um açougue no bairro São João, Zona Leste de Teresina, e conta que pela primeira vez não sabe onde vai comprar carne para abastecer o seu comércio. "Hoje quando liguei para a empresa pedindo mercadoria fui informada da greve na Vigilância Sanitária e que não tem previsão para distribuição", disse.

Para a comerciante, a falta de carne é um absurdo e prejudica no relacionamento com a clientela. "Fica feio o cliente chegar aqui e eu mostrar o freezer vazio, mas é assim que eu estou, sem nada. Se não tenho mercadoria para vender, também falta o que comer, dinheiro para pagar o aluguel e o funcionário", contou Crisantina.

Manifestação

Na manhã desta quinta-feira (7) os fiscais realizaram um ato público na frente da Gerência de Vigilância Sanitária (Gevisa) e prometeram não retomar as atividades até que haja uma nova negociação com a Prefeitura de Teresina. Os servidores revindicam reajuste salarial de 55,7%, melhores de condições de trabalho e estrutura adequada para as inspeções.

Imagem: SindsermClique para ampliarFiscais sanitários entraram em greve e inspeções foram canceladas.(Imagem:Sindserm)Fiscais sanitários entraram em greve e inspeções foram canceladas.

Segundo a auxiliar técnica Jamila Gomes Ribeiro, a última negociação com a prefeitura ficou acordado que o órgão pagaria somente oito plantões aos servidores, sendo que a carga horário trabalhada chega a 15 plantões mensais.

"Trabalhamos mais do que recebemos, nosso horário é de 12h às 0h todos os dias e não querem nos pagar o valor correto. Outro problema é o corte de algumas gratificações, como o auxílio de alimentação. Nós nunca sabemos que mês vamos receber. É também obrigatório o fornecimento do transporte até o abatedouro, mas muitas vezes temos que ir em veículo próprio porque da Vigilância está sucateado ou não cabe toda a equipe", declarou Jamila Gomes.

Em Teresina são 10 veterinários e 21 técnicos responsáveis por inspecionar cinco abatedouros, que fornecem carne para todo o município. Contraponto a declaração dos fiscais sanitários, o gerente da Gerência de Vigilância Sanitária (Gevisa), Francisco Cesário, garantiu manter o abate dos animais.

"Os servidores em greve se afastaram sem comunicar ao órgão. De maneira emergencial chamei alguns veterinários e fiscais para uma reunião, mas vamos manter a distribuição de carne na capital", frisou.

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Tópicos: greve, servidores, fiscais