História e expectativa de jogo bonito atraem foco para Brasil e Portugal
24/06/2010 22h16Fonte UOL
Uma das primeiras partidas a terem os ingressos completamente esgotados, na qual estarão frente a frente o 1º e o 3º lugar do ranking da Fifa. Todos falando a mesma língua, ex-colônia e metrópole em campo. Um carrega consigo a tradição de beleza futebolística em seu DNA e o passado recente de glórias. O outro fuzilou seu adversário com nada menos do que sete gols em sua última partida. Além, é claro, de ter o craque-galã Cristiano Ronaldo.Brasil e Portugal é um dos jogos mais esperados de toda a primeira fase do Mundial. Não só pela torcida, que espera ver, enfim, uma partida do nível que merece uma Copa do Mundo, que na atual edição está parca em beleza futebolística. Mas também pelos protagonistas, que aguardam ansiosos o jogo entre duas seleções que lutarão pela primeira posição do grupo. Com o Brasil classificado e Portugal dependendo de uma catástrofe para ficar de fora (está com nove gols de saldo à frente da Costa do Marfim, que pode no máximo empatar com os lusos em número de pontos), a possibilidade de um jogo aberto, sem retrancas e com muitas chances de gols e lances de efeito, parece iminente.
“Será uma partida muito especial, sem dúvida. Vamos jogar contra uma grande equipe. São nossos irmãos do outro lado do oceano”, comenta o volante português Tiago, apoiado por seu treinador, Carlos Queiroz.
“Acredito que Portugal e Brasil têm aquilo que é preciso para mostrar um grande futebol para o mundo” diz o comandante dos lusitanos, que complementa: “Vamos ver se nós e o Brasil podemos colocar o foco da torcida no futebol, e menos na Jabulani [a bola] ou nas vuvuzelas”.
Algo com o quê o zagueiro brasileiro Luisão, que joga em Portugal pelo Benfica, concorda. “O futebol português chega perto do brasileiro tecnicamente. Você vê jogadores de habilidade e criatividade”, disse o defensor em coletiva nesta quarta-feira.
Após a goleada por 7 a 0 em cima da Coreia do Norte, a seleção portuguesa foi considerada por alguns como “o Brasil da Europa”, pelos toques e chegadas rápidas ao ataque, que arrancaram elogios de Carlos Queiroz. “Belo futebol, belos gols”, disse após a prolífica partida contra os asiáticos.
“Nunca jogamos na defensiva. Gostamos das partidas abertas. Obviamente que o Brasil não é a Coreia do Norte. Tentaremos ganhar, mas com um jogo mais equilibrado”, antecipou Tiago.
Outro ingrediente que deve apimentar a disputa é o histórico recente de confrontos entre as duas seleções.
Em 6 de fevereiro de 2007, os portugueses infligiram uma das poucas derrotas do técnico Dunga no comando da seleção, em amistoso vencido por 2 a 0. Mas o troco veio, e devastador: no último confronto, os brasileiros enfiaram 6 a 2 goela abaixo dos lusitanos em Brasília, no fim de 2008.
A goleada ainda está entalada na garganta dos portugueses. “Nunca esqueceremos dessa derrota. Agora temos uma grande oportunidade. Não é uma vingança, já que isso não existe no futebol, pois todas as partidas são diferentes. Mas sem dúvida queremos ganhar para deixar pra trás essa derrota dolorosa”, conta Tiago.
Na história do confronto, o Brasil tem 12 vitórias contra quatro portuguesas, além de dois empates. Mas na única oportunidade em que se enfrentaram em Copas do Mundo, os portugueses levaram vantagem: com Eusébio no auge de sua forma, os lusos venceram por 3 a 1 no Mundial de 1966 e mandaram a equipe de Pelé de volta pra casa ainda na primeira fase.
Brasil e Portugal se enfrentam nesta sexta-feira, às 11h (Brasília), em Durban, ao mesmo tempo que a Costa do Marfim tenta em Nelspruit, contra a Coreia do Norte, o milagre de tirar nove gols de diferença de saldo para os lusitanos.
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