Polícia busca suspeito de assediar e agredir mulheres ciclistas em Teresina

09/04/2021 15h33


Fonte G1 PI

Imagem: Marcos Serra Lima/G1Polícia investiga casos de assédio a ciclistas em Teresina.(Imagem:Marcos Serra Lima/G1)Polícia investiga casos de assédio a ciclistas em Teresina.

A Polícia Civil está investigando denúncias de assédio e agressões a mulheres ciclistas em Teresina. Segundo as vítimas, criminoso pilota motocicleta e busca locais com pouca movimentação e baixa iluminação para cometer atos de agressão sexual.

O delegado Ademar Canabrava, titular da delegacia do 12º distrito policial, informou que está investigando denúncias ocorridas na Zona Leste da capital. No momento, não há ainda informações sobre o suspeito.

Ele não detalhou quantas vítimas já procuraram a delegacia, mas o G1 conversou com duas vítimas que relataram as agressões. Além disso, o Secretário de Turismo do Piauí e deputado estadual licenciado, Flávio Nogueira Júnior (PDT), também denunciou a prática em suas redes sociais.

Vítimas relatam agressões

A fisioterapeuta Jordânia Rêgo, 45, relatou que, em março deste ano, foi vítima de assédio pela terceira vez enquanto pedalava na Zona Leste da capital.

“Estava chovendo forte quando ele chegou e me deu um tapa na bunda. Gritei no susto, pois fiquei com medo de cair da bicicleta. A outra moça que estava na minha frente passou pela mesma coisa. Consegui identificar somente a roupa do homem, era um uniforme. A sensação é de impotência, na hora a gente paralisa. E é difícil esquecer, é uma marca que fica", contou Jordânia.

A ciclista Líria, 25, vítima de assédio em outubro de 2020, comprou sua bicicleta durante a pandemia causada pelo Covid-19, como uma alternativa para a prática de exercícios físicos, já que as academias estavam fechadas.

“Eu estava voltando para casa e, no quarteirão da minha casa, um homem passou por mim de motocicleta, reduziu a velocidade, ficou ao meu lado e bateu na bunda com um tapa, olhou para mim, depois saiu acelerando. Na hora, você se sente culpada por simplesmente estar na rua, e aí tem que lembrar a si mesma que você não tem culpa de nada. Em seguida, você sente revolta”, afirma Líria.

"Acredito que com vários depoimentos semelhantes, mais mulheres se sintam confortáveis a fazer o mesmo, e isso gere uma reverberação de que: ser mulher é nunca estar segura. Quem sabe assim, a sociedade veja que precisa se articular para educar sobre respeito e proteja mais seus cidadãos", completa Líria.

Para notificações formais de denúncias, as mulheres vítimas de assédio podem acionar a Polícia Militar pelo 190, no momento da agressão, e buscar a delegacia da área para registrar um boletim de ocorrência.

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