Primeira noite: escolas de Teresina trazem crÃticas e homenagens
08/02/2016 10h32Fonte G1 PI
Imagem: Gustavo Almeida/G1Galo Tricolor foi a primeira a entrar na avenida e homenageou Sima.
Com o atraso de uma hora, a primeira noite de desfile das escolas de samba de Teresina iniciou somente às 20h deste domingo (7) e mesmo assim atraiu centenas de pessoas para a Avenida Marechal de Castelo Branco, Zona Norte de Teresina. Para a organização do evento, a expectativa é que mais de 30 mil foliões passem pelo local durante os três dias de festa.
Homenageando o jogador Simão Teles Bacelar, a Galo Tricolor foi a primeira escola de samba a pisar na avenida. Com o enredo Pra cima, de cima, para Sima - há forças que movem o filho do Equador, o grupo trouxe para a avenida mais de 400 componentes em 18 alas, cinco tripés e dois carros alegóricos.
Imagem: Gustavo Almeida/G1Clique para ampliarGalo Tricolor encantou o público na Marechal Castelo Branco.
De acordo com o diretor de marketing Robert Felicissimo, a Galo Tricolor vem com um tipo de movimento inovador para a avenida e um carnaval revolucionário. Ele acredita que a escola apostou certo em homenagear pessoas importantes para o Piauí.
"O fato de homenagear grandes figuras do Piauí pode fazer a nossa escola a campeã, no entanto, neste segundo ano de desfile o mais importante é poder participar. Temos a honra de ser a primeira na avenida. Estamos preocupados é com a diversão", comentou.
A técnica de enfermagem Jucélia Maria é uma das que desfilam pela escola. "Está sendo divinamente excelente. Sou riverina de coração e temos tudo para ganhar", disse ela.
A segunda a desfilar, a escola Sambão entrou na avenida com a participação de 660 componentes e três carros alegóricos. O enredo do grupo homenageia este ano o jornalista e escritor piauiense Júlio Romão, que é considerado um grande defensor dos negros e índios.
Imagem: Gustavo Almeida/G1Sambão prestou homenagem ao jornalista Júlio Romão.
Para o coordenador Raimundo Nonato, a grande história de Júlio Romão é o trampolim para fazer a Sambão conquistar o título de campeã. "A história dele nos fará campeões, porque ele foi uma pessoa muito ligada à Academia Piauiense de Letras e que muito contribuiu para o Piauí. Homem de história magnífica", destacou.
A coordenadora estadual de igualdade racial, Assunção Aguiar, falou da importância da homenagem da Sambão. De acordo com ela, a escolha de Julião Romão como enredo faz uma grande referência para a comunidade negra do Piauí. "Ele foi um herói, um negro que venceu todos os preconceitos e superou obstáculos. Acredito que com a história deste ícone conquistaremos o primeiro lugar", declarou.
Imagem: Gustavo Almeida/G1Clique para ampliarHistória de luta de Júlio Romão é trampolim da escola para vencer.
Em um dos carros alegóricos a escola trouxe a imagem do falecido jornalista e em outro a figura de uma égua, em referência à região do Centro de Teresina chamada de Baixa da Égua.
Com o enredo polêmico, a última a pisar na avenida foi a Mocidade Alegre do Parque Piauí. A escola de samba reescreveu a história do Brasil de forma crítica, relembrando fatos de corrupção e afirmando que o país se tornou uma verdadeira Ratópolis (terra administrada por ratos).
Segundo o presidente da Mocidade, João Carlos Lucena, o enredo escolhido traz uma realidade do Brasil e serve de alerta para a socidade. "É um pedido para as pessoas serem mais conscientes, lutarem por um país novo, porque a corrupção está grande. Vamos mostrar que o roubo começou com o descobrimento do Brasil e assim esperamos este ano fazer um carnaval melhor", contou.
Imagem: Gustavo Almeida/G1Mocidade Alegre abordou tema da corrupção no Brasil.
A escola teve um problema de percurso com o último carro e se apresentou apenas com um. A Mocidade Alegre desfilou com mais de 400 componentes em 10 alas.
Público
O públicou compareceu em peso na primeira noite de desfile e lotou a arquibancada da Avenida Marechal Castelo Branco. Na plateia, a cadeirante Graça Machado, de 66 anos, assistiu animada a todas as alas e contou que todos os anos comparece na festa.
"Venho ao carnaval de Teresina desde os meus 15 anos, quando saí da cidade de Porto e vim morar em Teresina. Antigamente eu desfilava, mas em 2008 tive que amputar a perna e parei de sambar, mas não deixo de assistir. É uma das festas que gosto desde menina", disse animada.
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