Primeiro censo animal de Teresina revela que a capital possui 149 mil cães e gatos

22/07/2019 13h15


Fonte G1 PI

Imagem: Reprodução/TV Clube47% das residências em Teresina possui um pet, sendo 37% cachorros e 14% felinos.(Imagem:Reprodução/TV Clube)47% das residências em Teresina possui um pet, sendo 37% cachorros e 14% felinos.

O primeiro censo animal informou que Teresina tem atualmente 149 mil gatos e cachorros. Ainda segundo o Censo Animal, 47% das residências em Teresina possui um pet, sendo 37% cachorros e 14% felinos.

A dona Otilina cria em casa 15 cachorros e 48 gatos. Ela resgata animais abandonados nas ruas. Muitos deles ela encontra bem debilitados. É o caso da cadela Mila, que não tem uma das patas. Mesmo com dificuldades diante dos custos que são altos, ela faz um trabalho que deveria ser feito pelo poder público.

"Nós temos bilhões de animais abandonados nas ruas e se torna um problema de saúde pública. O animal transmite doenças mas ele na minha casa é castrado, vacinado, não transmite, mas ele na rua sem nenhuma proteção transmite doenças. Então acho que seria uma questão de saúde pública",
disse a técnica de enfermagem.

Um levantamento feito pela Gerência de Zoonoses de Teresina mostrou que a população total de animais na capital é de quase 149 mil, dos quais 112 mil são cães e 37 são mil gatos entre domiciliados, semi-domiciliados e animais de rua. O resultado leva uma média de um cão para 7 habitantes e um gato para cada 23 teresinenses.

O que mais chamou atenção na pesquisa foi o grande número de animais que tem acesso livre às ruas. Entre os felinos, por exemplo, 68% do total. Entre os cães, esse número é um pouco menor, 26% circulam pelas ruas. Essa realidade preocupa as autoridades da saúde.

"Quando a gente se dispõe a criar um animal a gente precisa entender que esse animal precisa ser cuidado. O animal pode passear na rua desde que seja acompanhado por um responsável até porque nós temos também o direito das pessoas de andarem pelas vias sem serem agredidas por algum animal. Então para o animal em si tem até o risco dele ser atropelado, provocar acidentes e também a transmissão de doenças",
explicou a gerente de zoonoses da capital, Oriana Bezerra.

O Censo Animal também apontou dados relativos à castração, que tem aumentado desde a implementação de um programa da Fundação Municipal de Saúde (FMS) com a Universidade Federal do Piauí (UFPI), mas apenas 4% do total dos cães machos e 8% das fêmeas são castrados. Entre os gatos, 12% dos machos e 18% das fêmeas.

Para dona Otilina, o custo é alto para fazer a castração e o acesso ao serviço oferecido pelo poder público é muito restrito, apenas para pessoas de baixa renda.

"É muito difícil, você precisa ser uma pessoa abaixo da zona da pobreza, miséria mesmo, para você conseguir uma castração. A prefeitura prometeu para a Apipa [Associação Piauiense de Proteção e Amor aos Animais], durante a campanha, que daria um castra móvel que já minimizaria esse problema. Mas não cumpriu e nós precisaríamos de um Hospital Veterinário público, que não temos, de castra móvel, de políticas públicas mesmo. Por exemplo, uma vacina boa custa R$ 125 uma dose. Um animal filhote tem que tomar três doses e uma dose anual e as pessoas pobres não têm condição", disse ela.

A FMS informou que a prefeitura está estudando a viabilidade da implantação de um castra móvel e destacou também que esse trabalho de castração já é feito em parceira com a UFPI.

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Tópicos: pessoas, animais, censo