Projeto de combate à pobreza menstrual capacita mulheres para produção de absorventes ecológicos

12/10/2022 09h15

Fonte G1 PI

Um projeto criado com o objetivo de combater a pobreza menstrual está capacitando costureiras para a confecção de absorventes ecológicos em Teresina. A produção será destinada a mulheres em situação de vulnerabilidade.

Segundo a coordenadora do Projeto Rebbú, Juliana Gonçalves, a perspectiva é que, no Piauí, sejam produzidos e doados 170 absorventes. Eles são feitos de tecido e são reutilizáveis, podendo ser lavados.

A iniciativa, desde maio deste ano, percorreu os estados Amazonas, Pará e Maranhão. O objetivo é atender 1.000 mulheres em 10 estados do Norte e Nordeste do Brasil.

Em Teresina, as oficinas de capacitação acontecem na sede da Associação de Costeiras de Teresina (Acoste), no bairro Dirceu, Zona Sudeste de Teresina.

“A gente usa como material [da frente] o tricoline, que é 100% algodão. Ele, que tem esse contato com a vulva, não causa nenhum tipo de alergia. Dentro dele, a gente trabalha com um recheio. O recheio contém dois tecidos, o atoalhado, para reter o sangue, e o impermeável, para bloquear esse sangue”, explicou a coordenadora.

Em entrevista à TV Clube, Rose Sales, que trabalha como costureira há mais de 30 anos, demonstrou empolgação com o trabalho.

“Vai servir pra população mais carente, veio pra que essa pessoa [mais carente] possa ter um absorvente com menos custo”, comentou.

Além da qualificação das trabalhadoras locais e da doação de kits menstruais, o projeto propõe um diagnóstico menstrual - em cada estado é feita uma pesquisa com 100 mulheres, para análise do ciclo menstrual em diferentes corpos.

Menstruação sem tabu

Na última quarta-feira (5), o Projeto Rebbú esteve na Escola Municipal Parque Itararé e promoveu uma roda de conversa sobre tabus da menstruação, alternativas aos absorventes descartáveis, TPM e autoestima. Mais de 50 meninas de 13 a 15 anos participaram da discussão e puderam receber kits com absorventes.

“Essa ação faz parte do nosso pilar educacional, onde o objetivo é levar informação e tirar dúvidas sobre higiene e saúde menstrual”, destacou a coordenadora Juliana Gonçalves.

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