Rodovia em Teresina é totalmente liberada após passar 25 horas interditada por bolsonaristas

02/11/2022 08h12


Fonte G1 PI

Imagem: Ravi MarquesRodovia em Teresina é totalmente liberada após passar 25 horas interditada por bolsonaristas(Imagem:Ravi Marques)Rodovia em Teresina é totalmente liberada após passar 25 horas interditada por bolsonaristas

A BR-316, no bairro Tabuleta, Zona Sul de Teresina, foi totalmente liberada por volta das 18h30 desta terça-feira (1°). O km 0 da rodovia ficou 25 horas bloqueado por um grupo de bolsonaristas. Eles contestam o resultado democrático das urnas nas eleições 2022, que elegeu Lula (PT) presidente. A liberação imediata foi determinada pela Justiça.

A liberação da pista ocorreu após a Força Estadual da Segurança ser acionada. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) solicitou que a coronel da Polícia Militar Júlia Beatriz, comandante da Força Estadual e especialista em gerenciamento de crises, fosse até o local para negociar com os manifestantes.

O congestionamento do lado de Teresina, chegou a dois quilômetros, no cruzamento com a Avenida Miguel Rosa, onde policiais rodoviários tentaram desviar o trânsito.

Os policiais rodoviários estavam no local desde o início dos protestos e não conseguiram a liberação total da rodovia, apenas que os veículos passem a cada três horas, por 25 minutos.

Protestos pela manhã

Grupos bolsonaristas voltaram na manhã desta terça-feira (1º) a fechar as duas vias da BR-316, em Teresina, na altura da Ponte Nova, na Tabuleta, Zona Sul da capital.

Vestidos de verde amarelo e com bandeiras do Brasil, os manifestantes usam faixas pedindo "intervenção federal" e contestam o resultado democrático das urnas. Eles fecham a rodovia usando galhos, pneus e sucatas de veículos.

Segundo a PRF, este era o único trecho de rodovia interditado pelos manifestantes no Piauí. Em Bom Jesus, 600 km ao Sul de Teresina, um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro fez um protesto sem interdições diante de um posto de combustíveis às margens da BR-135. A PRF informou que fez um acordo prévio com eles para não haver fechamento de estradas.

O trecho na capital piauiense foi interditado pela primeira vez às 18h30 de segunda-feira (31). Durante a noite, o trecho foi liberado parcialmente algumas vezes.

Às 6h de terça, o grupo retomou o protesto e fechou a via totalmente. A circulação de veículos foi liberada algumas vezes.

Após as 8h, contudo, o grupo se recusava a liberar o trânsito e a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Militar tentavam negociar.

Às 9h30, a polícia conseguiu fazer a liberação, que durou cerca de 15 minutos, na tentativa de reduzir o congestionamento de veículos, principalmente os de carga. Após esse período, os manifestantes voltaram a fechar a rodovia nos dois sentidos.

O fechamento de rodovias acontece em diversos estados brasileiros e a liberação, por parte das polícias, já foi determinada pela Justiça.

Justiça determina liberação

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, determinou que a PRF e as polícias militares dos estados tomem ações imediatas para desobstrução de vias ocupadas ilegalmente.

Ele atendeu a um pedido da Confederação Nacional dos Transportes e do vice-procurador geral eleitoral.

Risco de desabastecimento

Humberto Lopes, presidente do Sindicato dos Transportadores de Cargas e Logística do Piauí (Sindicapi), declarou nesta terça-feira (1º) que o Piauí pode sofrer desabastecimento de gás de cozinha devido ao fechamento de rodovias.

“Estamos muito prejudicados com isso. Nós estávamos querendo regularizar o abastecimento de gás, está faltando gás no porto de São Luís e no Ceará e não estamos tendo condições de abastecer. Chegou o navio com gás e tudo e nós não temos condições pra fazer esse transporte. E o abastecimento de gás aqui no Piauí já estava comprometido porque estava em falta nos portos para os transportadores”, disse.

Segundo ele, o protesto é feito por grupos isolado de pessoas e não tem participação dos trabalhadores do transporte.

“Isso não é uma manifestação reivindicando absolutamente nada. Isso é uma reivindicação política. O carreteiro [motorista] não quer parar. O carreteiro quer trabalhar. Nós os transportadores de cargas estamos estarrecidos com essa situação. Então o motorista lá está cumprindo ordem de quem é dono do veículo. Eles estão bloqueando as vias com pneus, com trator, retroescavadeira. Estão usando todo tipo de violência pra que o carreteiro não prossiga. A verdade é essa”, disse.

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