Sindepol denuncia superlotação na Central de Flagrantes de Teresina
29/04/2014 08h05Fonte g1 PI
A recorrente superlotação e o desrespeito ao tempo máximo de permanência de presos na Central de Flagrante de Teresina, virou mais uma vez alvo de denuncia do Sindicato dos Policiais do Piauí (Sindepol). De acordo com Andréa Magalhães, presidente do sindicato, o local é "desumano” aos encarcerados e policiais.“Cerca de 70 presos dividem três celas com capacidade para apenas 12 pessoas. No local tem pessoas doentes, outras com ferimentos a bala, entre outros casos”, contou.
Outro problema que a segurança pública do estado vive é a falta de delegados em algumas cidades. Nesta segunda-feira (28), a justiça decidiu a partir de uma liminar impetrada pelo Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Piauí (Sindepol), que nenhum Delegado do Estado poderá acumular função. Portanto, eles não podem mais responder por mais de um município, como acontece em quase todo o interior, onde alguns delegados ficam responsáveis por até 15 municípios.
Para Andréa Magalhães, a situação está insustentável e caótica. “Temos delegados que respondem em cidades de até 150 km de seu local de origem, sem ajuda de custo, ou seja, por conta própria. Os coletes dos profissionais da segurança estão vencidos há um ano e até hoje não resolveram”, afirmou a presidente.
Ainda de acordo com a delegada, há algum tempo que a segurança pública vive esse drama e nada foi feito. “Não é de hoje esse caos na segurança. É impossível um delegado responder por oito comarcas, pois as investigações ficavam apenas papel e não na prática, porque não tinha como fazer isso em vários municípios”, argumentou.
Para o delegado geral da Polícia Civil do Piauí, James Guerra, a liminar pode causar transtornos a segurança. “Nós não temos um delegado para cada cidade, se tivermos que cumprir ao pé da letra, algumas cidades ficarão sem delegado”, afirmou.
James disse ainda que para tentar resolver, ou pelos menos diminuir, os problemas na segurança, foi aberto um concurso com 20 vagar para delegado, mas com a liminar em vigor isso não será suficiente. “Agora que abrimos as inscrições, então poderá demorar um pouco mais até que os classificados sejam chamados. A Procuradoria do Estado irá apresentar a defesa e razões à justiça, na tentativa de procurar uma solução”, explicou o delegado.