Testemunha em tragédia no Parque Rodoviário havia alertado sobre rompimento

02/07/2019 08h34


Fonte Cidadeverde.com

Imagem: Edenilton Freitas/Cidadeverde.comTestemunha em tragédia no Parque Rodoviário havia alertado sobre rompimento.(Imagem:Edenilton Freitas/Cidadeverde.com)

Testemunhas estão sendo ouvidas sobre a tragédia ambiental que ocorreu no Parque Rodoviário, na zona Sul de Teresina, matando duas pessoas e deixando dezenas de desabrigados. Em abril deste ano, após forte chuva, uma lagoa rompeu causando destruição. A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) instarou inquérito policial para apurar os danos ambientais.

Em depoimento na última quarta-feira (26), o presidente da Associação dos Moradores do Parque Rodoviário, Edmilson Pereira Lima, 61 anos, confirmou o desmatamento provocado por moradores no início da construção do bairro e que, meses antes da tragédia, havia alertado à Superintendência De Desenvolvimento Urbano Sul (SDU-Sul) sobre o iminente rompimento.

"Ele conta que a lagoa começou a se formar em 2012. Em dezembro de 2018 foi à SDU Sul alertar que estava muito cheia e no início deste ano falou, pessoalmente, com o superintendente para relatar o problema e teve como resposta que ia ser resolvido. Pouco tempo depois, ele disse que foi surpreendido pela enxurrada e já acordou no hospital",
conta Edenilza Viana, titular da DPMA.

Além proprietário do terreno onde acumulou água e rompeu o muro causando os estragos, a prefeitura de Teresina também pode ser responsabilizada por crimes ambientais, caso seja comprovado que houve negligência.

"Se conseguirmos comprovar o que o presidente disse em depoimento, a prefeitura também será responsabilizada. Os documentos que ele tinha foram levados pela água, mas existem outros meios para a gente comprovar", alerta a delegada.

Em depoimento, Seu Dida, como é conhecido o presidente da associação, declarou também que parte do muro que continha lagoa foi quebrado por vândalos que usavam o local para o consumo do tráfico de drogas. "Cuidar do local é de responsabilidade do dono do terreno", reitera a delegada.

Com a conclusão do inquérito policial, os suspeitos deverão ser indiciados com base no art. 54 da Lei de Crimes Ambientais, cuja pena é de detenção, de seis meses a um ano, e multa.

"Caberá à Justiça determinar se haverá compensação ambiental ou pagamento de multa",
conclui Edenilza Viana.

Além da investigação pela DPMA, um inquérito no 10º Distrito Policia apura os danos causados às vítimas.

A assessoria da Superintendência de Desenvolvimento Urbano Sul (SDU-Sul) informou ao Cidadeverde.com que o superintendente Paulo Lopes não foi procurado para tratar o assunto, nem como outro gerente, e que o órgão tem sempre se colocado à disposição da população.

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