Tráfico de supermaconha cresce em Teresina e chega a 60% das apreensões

15/12/2019 10h11


Fonte Cidadeverde.com

Imagem: DepreClique para ampliarTráfico de supermaconha cresce em Teresina e chega a 60% das apreensões(Imagem:Depre)

Levantamento da Delegacia de Prevenção e Repressão a Entorpecentes (Depre) revelou maior circulação de skunk, droga conhecida como supermaconha, este ano em Teresina.

Na Capital, a maioria da apreensão deste tipo de entorpecente ocorreu nas zonas Sudeste e Sul. Segundo o delegado Cadena Júnior, coordenador da especializada, em nove meses foram apreendidos 185 kg de maconha, sendo que 60% destas apreensões foi de supermaconha.

"Este ano teve maior circulação da supermaconha e percebemos isso já no início",
disse o Cadena Júnior, coordenador da Depre. O delegado disse que há a suspeita que o skunk vendido em Teresina venha da região Norte do país.
Imagem: Arquivo/Cidadeverde.comDelegado Cadena Júnior(Imagem:Arquivo/Cidadeverde.com)Delegado Cadena Júnior

"Possivelmente tenha vindo de uma facção no Amazonas, na região Norte do país. Lá é onde mais se produz. Essa regionalização do crime organizado, a gente visualiza até nesse momento ao descobrirmos qual o tipo de drogas, como é feita a venda e distribuição",
disse o coordenador da Depre.

O delegado acrescenta que tem apostado na integração dos órgãos, a exemplo da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no combate ao trafico de drogas.

"No início do ano foi feita uma integração entre a Polícia Civil e a PRF fazendo estudos de inteligência, da passagem por via terrestre. Fizemos levantamento dos horários, carros utilizados para transportar a droga e rodovias. Com essa parceria conseguimos apreender este anos, 5 vezes mais drogas que o ano passado. Foi quase 1 tonelada. Assim, a gente tem conseguido apreender e prender mais",
disse Cadena Júnior que destaca ainda a parceria com polícias civis de outros estados.

Com resultado dessa integração, o delegado citou ainda a apreensão de mais de 1 tonelada de cocaína apreendida em Teresina esta semana. "A gente está pegando, cada vez mais, quadrilhas muito bem organizadas que não eram pegas. Isso agora está acontecendo quase rotineiramente também em outros estados da federação. Nossa fiscalização vai pesar cada vez mais contra o tráfico de drogas. Sabendo que o Piauí é rota, mas essa rota está sendo interceptada", disse o delegado.

Efeitos potencializados

A skunk tem efeitos pontecializados no organismo porque tem mais que o dobro de concentração de THC (Tetra-hidro-canabidiol) do que na maconha comum. O poder entorpecente acaba atraindo o usuário que busca efeito rápido.

Diferente da maconha comum, o cultivo da Cannabis sativa para a produção da skunk requer uma série de cuidados especiais. É preciso que a semente seja modificada para que a planta tenha mais flores, já que é da flor que a supermaconha é extraída. Estufas também são utilizadas para que o cultive dê certo.

"Todos os efeitos da supermaconha são efeitos potencializados. Ela é extraída também Cannabis sativa, mas é extraída de uma parte da flor e a concentração de THC nela é muito alto. Enquanto na maconha é de 7 a 10%, na skunk chega a ser de 30 a 45%",
explica Raimundo Junior, agente da Delegacia de Prevenção e Repressão a Entorpecentes (Depre).

Devido às propriedades da skunk, o grama da droga é até dez vezes mais caro que o da maconha comum, a popular "maconha maranhense". " O skunk tem um valor mais alto e custa entre R$ 40 a R$50. Enquanto que a trouxa de 2g da maconha custa 10 reais", afirma Junior.

Por conta do alto custo, a Depre afirma que os maiores consumidores da supermaconha tem poder aquisitivo considerável e pertencem às classes médias e altas do sociedade. Nas zona Sul e Sudeste são os locais onde há mais traficantes.

Junior alerta que os efeitos colaterais no organismo devido ao uso da supermaconha também são pontecializados. O uso causa alterações da serotonina e da dopamina no organismo e faz o usuário ter dificuldades de concentração por causar danos aos neurônios. A skunk pode provocar, inclusive, problemas psiquiátricos.

"Por conta do efeito rápido, as pessoas estão usando mais. Mas a consequência também é maior e o organismo reage mais rápido. Afeta a coordenação motora, causa diminuição da atividade cerebral, doença psiquiátricas, depressão, psicopatia, dilata pupila, entre outros", alerta o agente Junior.

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Tópicos: delegado, maconha, efeitos